14 outubro 2005

Referendum

Sobre o referendo do dia 23 agora, uma coisa que tenho notado nas várias discussões a respeito é que existe uma raiva não contida, uma repulsa ao referendo que não é explicável por si só. As pessoas que demonstram estar descontentes com a consulta não conseguem explicitar o que realmente ela traz de nocivo. Afinal, não é um meio democrático de consultar a população sobre um tema importante? Este não é um tema importante? Não devemos também pressionar os legislativos para que sejam em maior número os referendos?
De um modo geral o que pude perceber é que as pessoas que não gostam da idéia do referendo ou são contra a proibição de que trata ou dizem que são favoráveis à proibição, mas que por causa do referendo votam "não", etc.
Penso que na verdade estas pessoas não gostam da idéia da consulta por que tem muito a perder com o "sim" ou têm divergência política com a própria idéia do referendo.
É uma pena que existam muitas manifestações neste sentido porque esta é uma excelente oportunidade do exercício democrático.
Somos pessoas imperfeitas em uma sociedade imperfeita e com "referendos" imperfeitos - nem tudo é como gostaríamos que fosse - mas podemos contribuir para mudar as coisas para melhor - e esta é uma das formas de fazê-lo.

3 comentários:

  1. Eu tenho uma teoria diferente quanto ao asco de alguns em relação ao referendo. Na verdade, é o mesmo que sentem sobre o exercício do sulfrágio. Falo, porque, de igual modo, passei muito tempo achando que o melhor a fazer era se ausentar do debate político já que qualquer contribuição que eu fizesse seria inócua e frustrante.

    Quanto a associação do voto ao gosto pelo debate, acho que é porque você vota pelo sim e percebe mais as pessoas que votam pelo não. No meu caso ocorre exatamente o oposto! ^^ "Olha, se vai mudar eu não sei, só sei que voto no sim e já tô de saco cheio desse papo, ninguém precisa de arma e acabou".

    Dedos não são sucifientes para contar o número de amigos meus que, não votariam nunca. (Mal sabem eles que se paga coisa de R$ 3,00 pela multa por não votar) ;)

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  2. Rolf, o problema deste referendo é que ele não nos pergunta uma coisa clara e objetiva. Não é porque se trata de uma questão complexa. Uma questão que caberia num referendo, por exemplo, seria uma lei permitindo o aborto. É complexo, é controverso, mas qualquer pessoa pode expressar sua opinião diretamente. No caso da venda de armas, faz-se uma confusão com o clima e a situação de violência e insegurança. Aproveitam-se vários interessados para puxar brasas para suas sardinhas. E o referendo perde sua característica principal de referendo. As pessoas opinarão, ao escolher o sim e o não sobre uma infinidade de coisas, uma multiplicidade de idéias, de sonhos, de vontades. E o único resultado será que deixarão (ou não) de vender mil e poucas armas legais. Mas as milhares de ilegais continuarão nas ruas. Por isso acho o referendo fajuto.

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  3. Acredito ser a obrigatoriedade do voto, o motivo da revolta. Voto É um DIREITO, uma obrigação.

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